A
Coréia do Sul vem mostrando sua força no cinema contemporâneo. A maior prova
desse alvoroço cinematográfico foi confirmada pela qualidade de suas produções
‘Invasão Zumbi’ e ‘A Criada’ presentes nas listas dos melhores filmes de 2016
ao redor do mundo. E não demorou muito para eles presentear a todos, mais uma
vez, o porventura suspense do ano, ‘O Lamento’.
O suspense conta a história de um vilarejo pacífico, cujos moradores passam a contrair uma misteriosa doença, tornando-os alterados a ponto de assassinarem todos à sua volta, para depois, morrerem de causas desconhecidas. Para solucionar o caso, o policial Jong –Goo (Kwak Do-Won) suspeita que há algo sobrenatural, ligado a um estranho forasteiro e, enquanto investiga, sua filha começa a demonstrar sinais dessa doença.
Mesmo
presente elementos clássicos para a construção do suspense, o cineasta Hong-jin
Na (do muito bom ‘O Caçador’) trouxe originalidade em tela. O suspense não
demora muito para ser instaurado na produção e, além de disso, o cineasta não
se prende a um gênero para instigar o espectador. E esse é o grande mérito do
filme, brincar com todas as possibilidades que o gênero pode oferecer,
colocando o público dentro da trama, para futuramente entrar na zona do desconforto.
A
narrativa conduz uma série de episódios em que os mistérios vão ser tornando
cada vez mais complexos. Dessa forma,
temos um primeiro ato marcado por uma investigação policial sobre o real
acontecimento da vila junto com o humor presente no protagonista e, ao mesmo
tempo, um clima com um forte desconforto no espectador. O segundo ato denota o suspense
e todos os misteriosos personagens. Já o terceiro ato reserva uma grande
reviravolta e uma forte sensação de tensão, desamparo, ansiedade e incerteza.
Para
todos esses sentimentos dominarem o público nos últimos minutos a construção
narrativa e visual de Hong-jin foi essencial. O humor inicial deixa de existir
próximos aos quarenta minutos de produção, e a própria trama começa a desconstruir
a figura do policial para chegar ao ápice de seu suspense. A fotografia também tem papel fundamental
para conduzir a trama ao priorizar a iluminação natural reforçando a violência e
o incomodo no espectador, principalmente com a chegada do soturno último ato.
O
roteiro assinado também por Hong-jin não deixa claro a real situação de certos
eventos e prolonga mais do necessário, somando duas horas e meia de produção. Mesmo
com uma duração relativamente alta, ‘O Lamento’ é mais um grande achado no
cinema sul-coreano, merece ser conhecido por todos e tem tudo para ser o melhor
suspense do ano.
NOTA: 9,2
Esse filme é um lixo absurdo. Incrível que alguém o leve a sério.
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