Estreias

domingo, 28 de maio de 2017

Crítica - 'Alien 3'


   O banho de água fria para os fãs da franquia. Não é de hoje que vemos muitos imbróglios entre cineastas versus estúdios, como também realizações de versões estendidas para aperfeiçoar a visão do diretor.  Tal evento ocorreu com o conceituado David Fincher (conhecido pelos ótimos ‘Clube da Luta’ e ‘Seven’) em ‘Alien 3’.     

    O conturbado processo na produção do filme iniciou devido às diversas versões de roteiro ao longo dos anos e a intensa interferência do estúdio limitando o trabalho do diretor. Sem roteiro definido e há pouco tempo antes da filmagem, o cineasta Vincent Ward abandonou o projeto repentinamente resultando na chegada do então desconhecido, David Fincher.             

  A trama acompanha a chegada de Ripley (Sigourney Weaver) a um planeta deserto habitado por antigos condenados da prisão de segurança máxima, após a queda da sua nave espacial Fury 161. Com sua chegada, estranhos acontecimentos evidenciam a presença do Alien no local.                         
 
  Logo no início, o novo episódio consegue desapontar os fãs do gênero. Lembra daquela pequena garota Newt que caiu na graça do público em ‘O resgate’? Então, aqui ela não se encontra mais. Nesse capítulo, os novos personagens não têm a mesma simpatia do público em relação aos seus precursores e suas motivações são as mais rasas possíveis envolvendo um subtexto interessante, como os aspectos religiosos, a fé e a esperança, porém são mal explorados.   


  Fora isso, a primeira metade do filme criou um bom clima de suspense remetendo ao ‘O 8º Passageiro’ com a presença de um único alien e um espaço confinado, a penitenciária. Já a segunda metade lembra ‘O Resgate’ focando mais na ação e poucos diálogos. Apesar de muitos criticarem, o resultado é aceitável, mas a ação e o suspense não chegam ao nível dos anteriores.                      
 
   Chegamos então a comentar sobre a versão estendida de ‘Alien 3’. O início da produção começa diferente - clima de tensão superior, diálogos incitantes e desafiadores, além de mostrar uma autoria de David Fincher. Aqui, Fincher buscou construir seu estilo abusando de planos detalhes e uma montagem intercalada em cenas com grandes suspenses.    

   Com trinta minutos a mais, o subtexto criticado no original tem mais espaço e relevância na versão estendida, assim como os personagens tem mais oportunidades de apresentarem suas características mediante a ascensão do suspense. Agora o Alien constituído digitalmente nas duas versões é inacreditavelmente ridículo impossibilitando qualquer sensação de medo ou perigo.                        
 
    ‘Alien 3’ foi uma tentativa frustrada de combinar os dois primeiros filmes deixando dúvidas sobre a assinatura de David Fincher, mas sua versão estendida consegue trabalhar elementos criticados do original, conta com um ato final muito mais convincente e merece ser assistido pelos fãs da franquia.   

NOTA: 6,3

NOTA: 7,0 (VERSÃO ESTENDIDA)


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