Estreias

terça-feira, 7 de março de 2017

Crítica - 'Logan'


    Em sua última cartada, ‘Logan’ finaliza a saga X-Men com chave de ouro. A franquia de fato sempre fora confusa e acumulou mais filmes ruins, regulares e poucos são definitivamente bons, estes conhecidos por corrigir os erros dos outros. Porém, no apagar das luzes, a franquia transforma sua fantasia em realismo e arremata a era do astro Hugh Jackman da maneira mais digna possível.         

    Passado em 2029, vemos Logan velho, cansado de ser o Wolverine e ganha a vida como chofer de limousine para cuidar do doente professor Xavier (Patrick Stewart). Tudo muda quando Logan é procurado por Gabriela (Elizabeth Rodriguez), uma mulher mexicana que necessita da ajuda do ex X-Men, pois sua suposta filha Laura Kinney está sendo perseguida por uma organização perversa, comandada por Donald Pierce (Boyd Holbrook).      

  ‘Logan’ é diferente de todos os outros filmes da franquia. Sem aquele mundo de fantasia, repleto de ação e personagens carismáticos, sua faixa etária diz exatamente do que se espera. Acima de dezesseis anos, a atmosfera melancólica, a violência e o drama estão mais presentes representando os efeitos colaterais de Logan ter sido Wolverine. Com poder de cura baixo, cicatrizes em todo corpo e a aparência velha mostra que o verdadeiro vilão do herói, é ele mesmo.               

  Com menos cenas de ações dos outros filmes, aqui todas elas tem um forte significado e tem muito a dizer para a trama e o personagem. Nada é para puro prazer ou diversão. A direção de James Mangold (do bom ‘Wolverine: Imortal’ e do muito bom ‘Johnny & June’) trouxe cenas de ação muito bem coordenadas (destaque para três ótimas cenas) reforçando o senso de realismo e brutalidade e trazendo uma violência excessivamente gráfica. Finalmente, vemos o Wolverine matar como todos nós esperávamos há muito tempo.      

  Como um filme Impiedoso, intimista e melancólico. O desgaste emocional, psicológico e físico é demonstrado com perfeição pelo ator Hugh Jackman – aqui ele simplesmente entrega a sua melhor atuação de todos os X-Mens. Também consumido e coberto de remorso, Patrick Stewart entrega uma atuação digna de merecer uma indicação ao Oscar, e a presença temida pelo “vilão” interpretado por Boyd Holbrook. E a grande surpresa de ‘Logan’ é a vitalidade da pequena atriz Dafne Keen, atuando com poucas falas e transmitindo um olhar intenso, ameaçador e ao mesmo tempo vemos uma simples criança estiolada.   

  Agora explico o porquê de o vilão estar em aspas. Um dos pontos geniais do filme, e a forma como Mangold entrega diferentes visões dos personagens passando uma dúvida na mente do espectador sobre quem é o antagonista - visto nos momentos de batalha onde ele coloca a câmera no ponto de vista de Donald Pierce. O outro ponto é ele conceder um clima de nostalgia relembrando levemente os primeiros X-Mens, principalmente na segunda metade.  

  Mesmo com algumas cenas previsível durante sua projeção, ‘Logan’ é certeiro dentro de sua proposta, é disparado o melhor filme X-Men, seu desfecho é irretocável e se garante com um dos melhores filmes de super-herói de todos os tempos.  


NOTA: 9,5

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