Para
quem gosta de grandes interpretações, assista a ‘Fences’. Dirigido e
protagonizado por Denzel Washington, a implicada trama surgiu pela primeira em
1985 em uma peça de teatro, em seguida uma produção em 2010, tanto Washington
como sua parceira Viola Davis venceram Tonys, o Oscar do teatro, pelas
atuações. Agora a peça chega a sétima arte, se posicionando para concorrer ao
Oscar 2017.
Na
trama, um jogador de beisebol aposentado (Denzel Washington) acaba frustrado na
vida como um catador de lixo e passa a viver um relacionamento conturbado com
sua esposa (Viola Davis), seu filho e seus amigos.
Marcando
a terceira incursão de Washington atrás das câmeras, como cineasta Denzel vem
provando cada vez mais seu talento. Após os razoáveis dramas/biografia
‘Voltando a Viver’ e ‘O Grande Debate’, aqui ele continua a sua autenticação no
gênero drama, mas sua virtude fica por conta de conseguir trazer a tela uma
peça de teatro, que vem se tornando cada vez mais raro nos dias atuais.
Envolto
nos Estados Unidos na década de 1950, o roteiro adaptado por August Wilson tem seus altos e baixos momentos. Com um
ótimo desenvolvimento dos personagens diante do contexto familiar e histórico,
a trama oferece fortes cargas dramáticas, que são reforçados com atuações
poderosas da dupla Washington e Davis. E são esses momentos a força de
‘Fences’.
Por
outro lado, os baixos momentos ficam em virtude do progresso exaurido da
produção, pelo seu ritmo desgastante, na iminência de afastar o espectador da
história. Oscilando com seus altos e
baixos, a admiração durante toda a produção fica mesmo pela atuação de Denzel
Washington na pele do catador de lixo preso em seus dilemas como, a sociedade
nunca mudara para o negro e, apresentando um homem honrado, como também um
idiota irracional. E quando seu ciúme é revelado, a interpretação de Davis
cresce, ao mostrar a realidade de uma mulher amargurada.
Trazendo
às telas toda a natureza e as contradições de uma simples família nos EUA na
década de 50, o cineasta Washington foi cauteloso em aproximar uma grande peça
teatral a sétima arte, e como ator, mais uma vez, apresentou seu talento ao
lado da atriz Viola Davis.
NOTA: 7,0
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