Estreias

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Crítica - 'Um Limite Entre Nós'


   Para quem gosta de grandes interpretações, assista a ‘Fences’. Dirigido e protagonizado por Denzel Washington, a implicada trama surgiu pela primeira em 1985 em uma peça de teatro, em seguida uma produção em 2010, tanto Washington como sua parceira Viola Davis venceram Tonys, o Oscar do teatro, pelas atuações. Agora a peça chega a sétima arte, se posicionando para concorrer ao Oscar 2017.                     
   Na trama, um jogador de beisebol aposentado (Denzel Washington) acaba frustrado na vida como um catador de lixo e passa a viver um relacionamento conturbado com sua esposa (Viola Davis), seu filho e seus amigos.   

  Marcando a terceira incursão de Washington atrás das câmeras, como cineasta Denzel vem provando cada vez mais seu talento. Após os razoáveis dramas/biografia ‘Voltando a Viver’ e ‘O Grande Debate’, aqui ele continua a sua autenticação no gênero drama, mas sua virtude fica por conta de conseguir trazer a tela uma peça de teatro, que vem se tornando cada vez mais raro nos dias atuais.    

  Envolto nos Estados Unidos na década de 1950, o roteiro adaptado por August Wilson tem seus altos e baixos momentos. Com um ótimo desenvolvimento dos personagens diante do contexto familiar e histórico, a trama oferece fortes cargas dramáticas, que são reforçados com atuações poderosas da dupla Washington e Davis. E são esses momentos a força de ‘Fences’.                                              

  Por outro lado, os baixos momentos ficam em virtude do progresso exaurido da produção, pelo seu ritmo desgastante, na iminência de afastar o espectador da história. Oscilando com seus altos e baixos, a admiração durante toda a produção fica mesmo pela atuação de Denzel Washington na pele do catador de lixo preso em seus dilemas como, a sociedade nunca mudara para o negro e, apresentando um homem honrado, como também um idiota irracional. E quando seu ciúme é revelado, a interpretação de Davis cresce, ao mostrar a realidade de uma mulher amargurada.           
 
  Trazendo às telas toda a natureza e as contradições de uma simples família nos EUA na década de 50, o cineasta Washington foi cauteloso em aproximar uma grande peça teatral a sétima arte, e como ator, mais uma vez, apresentou seu talento ao lado da atriz Viola Davis. 


NOTA: 7,0 



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