Estreias

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Crítica - 'Lion: Uma Jornada Para Casa'


   A sétima arte é palco de incríveis histórias de superação, motivação e veneração. ‘Lion – Uma Jornada Para Casa’ é mais uma dessas inacreditáveis narrativas capaz de emocionar o público, não apenas pela sua linda mensagem, mas sim em tratar com sutileza o verdadeiro significado de família.                                
   Baseado em fatos reais, a história acompanha Sarro (Sunny Pawar), um garoto indiano de apenas cinco anos de idade, foi separado acidentalmente do irmão ao dormir em um trem vazio e passou dias viajando a Índia. Após viver comendo resto de comidas e dormindo nas ruas, o pequeno garoto acabou parando em um orfanato e teve a sorte de ser adotado por uma família na Tasmânia, Austrália.  Vinte cinco anos depois, ele resolve retornar a sua verdadeira família.     

  Adaptado na autobiografia do indiano, ‘A Long Way Home’, o cineasta Garth Davis revela-se mais um grande revelação para o cinema esse ano. Marcando sua estréia em longa-metragem, sua direção realizou um trabalho consistente na primeira metade, em expor a grandiosidade caótica retratando a hostilidade na Índia quando a pobre criança se perde do irmão. Em conseqüência, tal retrato faz nós sofrermos junto com o personagem na constante luta de seu dia a dia fora de casa.
 
  Outra grande parcela do público simpatizar e sentir todo o peso do protagonista foi a performance excelente do pequeno ator Sunny Pawar parecendo viver todo o sofrimento e transmitindo sua desilusão em seus olhares perdidos. Já na fase adulta, o ator Dev Patel da às caras na segunda metade, o segmento problemático da trama.  

  A segunda metade marcada com a chegada de Sarro a Austrália é desorganizada oferecendo elementos fantasiosos associados a uma seqüência de motivações mal programada e cheio de cenas abruptas. O espectador perde um pouco a sensibilidade pelo personagem e a maneira como o filme lida com o motivo de Sarro adulto em querer retornar a sua família não convence, assim como seu romance envolvendo Lucy , interpretada pela ótima atriz Rooney Mara que é prejudicada pelo roteiro.           

  Único ponto forte durante essa fase da produção é o monólogo sensacional da Nicole Kidman, interpretando a mãe adotiva do rapaz – merecida a indicação para melhor atriz coadjuvante.                              

  ‘Lion – Uma Jornada Para Casa’ volta a engrenar nos últimos trinta minutos e com a virtude de abalar emocionalmente qualquer espectador entregando uma linda e verdadeira mensagem sobre amor, família e com a espontaneidade de levar o espectador a abraçar sua mãe no final de sua projeção.


NOTA: 7,8 


2 comentários :

  1. Talvez justamente por não parar em um momento temporal único, com o roteiro funcionando como um desfile de “melhores momentos”, a fragmentação da fita acaba acontecendo. É interessante ver um filme que está baseado em fatos reais, acho que os melhores filmes baseadas em fatos reais são as melhores historias, porque não necessita da ficção para fazer uma boa produção. Também gostei muito de Dunkirk, não conhecia a história e realmente gostei. Parece surpreendente que esta história tenha sido real, considero que outro fator que fez deste um grande filme foi a atuação do ator Tom Hardy, seu talento é impressionante.

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  2. Você também pode conferir minha crítica de Dunkirk aqui >> https://filmenamente.blogspot.com/2017/08/critica-dunkirk.html
    Obrigado por comentar Emma e seja sempre bem-vinda! Também ajude a curtir nossa pagina no facebook para ficar por dentro de tudo que acontece aqui!

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