Estreias

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Crítica - Até O Último Homem'



Afastado atrás das câmeras por um bom tempo, Mel Gibson volta a brilhar em ‘Até O Último Homem’. Apesar de todos os escândalos implicado em sua carreira, Gibson sempre se mostrou um dos grandes nomes da sétima arte tanto como ator e diretor e, é sempre bom rever o talento de um grande astro. Agora como cineasta, ele volta em grande forma, entregando sua melhor obra, conduzindo uma guerra como ninguém.    

   Baseado em fatos reais, a trama acompanha o jovem pacifista Desmond Doss (Andrew Garfield), temente a Deus, e coberto de anseio em ajudar seu país na 2ª Guerra Mundial. Para isso, ele busca se alistar no exército americano, mas com uma condição: recusar a tocar em uma arma, devido aos traumas de seu passado, com o intuito de ir à guerra e salvar os homens no campo de batalha, no posto de médico.                 

   Seguindo a mesma convenção dos filmes de guerra, ‘Até O Último Homem’ apresenta três linhas narrativas bem definidas. A primeira metade é marcada pelo drama familiar evidenciando as características do protagonista ao lado de sua família e seu grande amor, Dorothy Schutte (Teresa Palmer). Não apenas isso, a trama busca sempre enfatizar seus fortes princípios religiosos, permitindo ao público simpatizar pelo personagem.

  Antes de chegar à hora da batalha, o roteiro começa a apresentar certos deslizes. Depois dos ótimos minutos iniciais, a trama não consegue criar um grande núcleo narrativo para conseguir progredir e chegar a seu ápice na segunda metade. Algumas questões são solucionadas de maneira improdutível, como se algo fosse jogado, sem qualquer apuramento.     

  Porém, Mel Gibson mostrou o porquê foi indicado ao Oscar quando chega à incrível segunda metade, ou melhor, o campo de batalha. As seqüências das batalhas são impecáveis, um verdadeiro dilúvio de horror – corpos decepados e explodindo, soldados se arrastando, tripas em todo lugar e, Gibson consegue trazer as telas um realismo e arte ao mesmo tempo. Méritos também para a edição registrando cada ato de brutalidade convertendo entre planos abertos e fechados.     

  Já os atores conseguem entregar grandes interpretações, destacando Andrew Garfield, Teresa Palmer, Vince Vaught e Hugo Weaving.  Com carisma, Garfield instrui o heroísmo de seu personagem e acreditamos no seu amor e em seus fortes princípios, Palmer entrega toda a leveza a trama com uma enorme paixão por Doss. Já Vince Vaught (conhecido em muitas comédias) saiu muito bem na pele do Sargento Howell e Weaving, vive um pai atormentado e complexo.     

   Mesmo com seu roteiro inconsistente e ocasionalmente apresentando cenas fúteis com frases de efeito, seja na apresentação do personagem ou durante a guerra.  ‘Até O Último Homem’ prende a atenção do espectador sustentado seu drama nos valores morais de seu protagonista, concede espetaculares cenas de batalha e sela entre os melhores filmes de guerra da década.    
 

          NOTA: 8,8


Um comentário :

  1. A trilha sonora é uma peça perfeita para este filme. Quando leio que um filme será baseado em fatos reais, automaticamente chama a minha atenção, adoro ver como os adaptam para a tela grande, acho que são as melhores historias, porque não necessita da ficção para fazer uma boa produção. Gostei muito de Até o último homem não conhecia a história e realmente gostei. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia, achei um filme ideal para se divertir e descansar do louco ritmo da semana.

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