Após
sete anos a espreita, Tom Ford está de volta. E esse retorno não poderia ser
melhor, conhecido pelo excelente “O Direito De Amar” (“A Single Man”, 2009), o
cineasta mostra-se mais preparado, revigorado e maduro, presenteando todos com
mais um extraordinário trabalho em seu segundo longa-metragem, ‘Animais
Noturnos’.
Na
trama, Susan (Amy Adams) é uma negociante de arte infeliz na sua vida pessoal e
profissional. Um dia, ela recebe o manuscrito de seu ex-marido Edward (Jake
Gylenhaal), e durante a tensa leitura, ela descobre verdades dolorosas de seu
próprio passado e as causas de suas tristezas e fracassos amorosos.
Aqui
temos três histórias em uma: o passado e presente da protagonista, e a história
de seu ex-marido titulado de ‘Animais Noturnos’. Dessa forma, o cineasta Ford
trabalha com maestria os três arcos narrativos apresentando o real semblante de
cada uma elas sem nunca parecer previsível. Em conseqüência, o presente explora
o psicológico da protagonista e sua infelicidade, seu passado dramático
envolvendo seu caso amoroso e a história densa, violenta, cruel e impiedosa do
livro.
Todas
essas transições das histórias são perfeitas e de fácil compreensão. Tal
contemplação é realçada pela edição extremamente precisa e pela cinematografia
distintas para cada momento datado pelo filme – mundo intrínseco do livro,
atmosfera afetuoso do passado, estética forte com cores vivas no presente.
Não
podemos deixar de mencionar a força do elenco de ‘Animais Noturnos’. Aqui o
cineasta cria personagens difíceis do público ter qualquer tipo de vinculo
emocional com eles, o mais humano é o personagem de Jake Gylenhaal que está
ótimo em cena transmitindo todo o desespero e o horror, e merecedor de receber
indicação ao Oscar 2017 .
Temos
também a incrível Amy Adams em um papel difícil, demonstrando toda sua tristeza
e o peso de seu passado, a presença marcante de Michael Shannon vivendo o
delegado Bobby Andes sem nada a perder, Aaron Taylor-Johnson concedendo uma
grande profundidade na pele de um psicopata e a ilustre presença de Laura
Linney dando um show de interpretação em apenas uma cena.
O
filme não entrega uma forte relação entre literatura e cinema, e sua principal
premissa soa frágil, porém ‘Animais Noturnos’ é maior que a força de seu
elenco, não é para qualquer um, é intrínseco, reflexivo e retrata como lidamos
sobre as decisões erradas e os sentimentos de culpa, perda e devoção.
NOTA: 8,2
Nenhum comentário :
Postar um comentário