Estreias

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Crítica - 'The Handmaiden (Ah-ga-ssi)'


    Não é de hoje que o cinema sul coreano vem surpreendendo. Em um ano fraco para o cinema, a Coréia do Sul vem compensando essa fase com ótimos projetos. Após o inédito ‘Invasão Zumbi’ estreado recentemente, somos agora presenteamos com um suspense erótico de primeira qualidade e conquistado notoriedade entre os melhores do gênero, ‘The Handmaiden (Ah-ga-ssi)’.       

        Durante a ocupação japonesa no ano de 1930 na Coréia do Sul, a jovem Sookee (Kim Tae-ri) é contratada para trabalhar para uma herdeira japonesa, Hideko (Kim Min-Hee), uma bela mulher que vive ao lado de seu tio autoritário. Porém, Sookee reserva um grande segredo: ela faz parte de um intricado golpe, com o objetivo de roubar a fortuna da herdeira e trancafiá-la em um manicômio.               

    Dirigido por Park Chan-Wook (conhecido dos muito bons ‘Lady Vingança’ e ‘Oldboy’), aqui o cineasta consegue trabalhar vários elementos tornando a trama fluida e nunca parecendo desgastante. Os seus amplos movimentos de câmera combinado a enquadramentos reveladores, uma trilha sonora sempre revigorada e a lúgubre fotografia insinuam o erotismo e a ameaça independente do conteúdo em cena.  A luxúria, o sexo, a sedução, o mistério, a vingança e a violência são bem pontuadas e transcorridas de maneira dinâmica e não percebemos que estamos assistindo um filme de aproximadamente duras horas e trinta minutos.                                           

     A trama é narrado do ponto de vista dos três personagens principais: Sookee, Hideko e um vigarista. Todos eles são interessantes, repleto de camadas, onde todo mundo manipula todo mundo e o espectador é o último a entender. Em ‘The Handmaiden’ os personagens estão sempre um passo a frente, quando começamos em compreender os incentivos de cada um, uma reviravolta apresenta o inesperado.

  E não ha apenas uma reviravolta, são três reviravoltas sensacionais evitando qualquer compreensão e impressionando o espectador. Chegamos a um momento desistir de objetivar e ficamos a mercê desse revés das incertezas.    

   Porém, este complexo golpe pode parecer muito mais interessante no primeiro ato marcado pela visão da criada Sookee, em relação aos dois últimos arcos. As diversas releituras do caso acabam gerando uma sensação de desordem e o erotismo acaba ganhando mais força apossando-se de momentos desnecessário a trama.

   O filme não é apenas roteiro e personagens enigmáticos. A cinematografia é espetacular, o design de produção é perfeito combinando a luxúria e a elegância e os belíssimos figurinos ajustado para a época. ‘The Handmaiden’ surpreende o espectador com todas as suas reviravoltas, tem atuações fortíssimas de seu trio protagonista e comprova a qualidade do cinema sul coreano.


NOTA: 9,3


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